História
O Hotel Torre de Gomariz está inserido na Casa de Gomariz, onde residiu o Cónego da Sé de Braga e contador do rei D. Dinis, Estevão Durão Esteves, no século XIII.
Adquirida no início do século XX pela família dos atuais proprietários, este conjunto de construções é um dos mais interessantes vestígios medievais e quinhentistas da implantação nobre na zona imediatamente a Norte de Braga.
A importância da Casa de Gomariz no contexto regional, e as continuadas referências ao seu estatuto enquanto propriedade vinculada à capela de Santa Luzia da catedral bracarense são indicadores que permitem supor da existência de uma primitiva habitação nobre.
Na Torre edificada no final do século XV por D. Pedro da Cunha, foram identificadas semelhanças estilísticas entre as gárgulas da torre e as da abside manuelina da Sé de Braga e da torre da colegiada de Guimarães. Apesar de bastante arruinada antes das obras que conduziram a este Hotel, eram ainda muitos os elementos que permitiam caracterizá-la. De secção quadrangular, ergue-se em quatro pisos diferenciados exteriormente por vãos que totalizam cerca de 12 metros de altura, sendo o coroamento efetuado por meio de linha de cornija onde repousa um balcão de ameias composto por merlões pontiagudos. Nos ângulos, conservam-se os matacães e as gárgulas, que ora são em forma de canhão, ora apresentam motivos zoomórficos. Ao nível do penúltimo andar, a janela é ladeada por duas pedras de armas, uma das quais da família Cunha. O derradeiro piso, considerado o mais nobre, é iluminado nas quatro faces por janelas duplas providas de mainel, mas rasgadas num único bloco.
Depois de consumada a reforma quinhentista, ou em simultâneo com esta, anexou-se à torre um edifício longitudinal, de dois pisos, que segue a disposição simétrica dos andares inferiores da torre.
Da campanha barroca do conjunto monumental fez ainda parte a iniciativa de murar a quinta e a construção de uma capela, associada ao portão da propriedade. De planta retangular, com nave única e capela-mor integrada no corpo, é um pequeno templo de fachada principal de pano único, entre poderosos pilares-cunhais de cantaria, por sua vez encimados por desproporcionados pináculos piramidais.
Todo este conjunto de construções medievais foi agora objeto de completo restauro, que complementado com novas e modernas edificações lhe restitui a Nobreza e Imponência que teve no passado.